IMPRESSÃO DE LEITURA
Jiddu Saldanha
Poemas da Cabana Montanhesa
-Saigyo-
Tradução: Nissin Cohen
Editora Hedra
Tenho em mãos um belo livro de tankas do poeta japonês Saigyo Hoshi, “Poemas da Cabana Montanhesa” um presente do meu amigo José Martim Estefanon do Museu do Imigrante da cidade de Bento Gonçalves/RS. Um presente inesperado que encheu meu coração de amor e me fez navegar pelo mar desconhecido por mim, da poesia clássica do Japão.
Durante a leitura deparei-me com momentos de grande prazer existencial, como quando estava no avião voltando ao Rio de Janeiro e li quase em deleite este belo poema:
Durante a leitura deparei-me com momentos de grande prazer existencial, como quando estava no avião voltando ao Rio de Janeiro e li quase em deleite este belo poema:
Espaço vazio rodeado
Por penedos, tão longe
Que aqui estou todo sozinho:
Um lugar onde ninguém pode me ver
Mas eu posso todas as coisas rever:
[Saigyo – Tradução: Nissin Kohen]
O livro é uma realização da editora Hedra e merece toda a atenção do leitor, porque além de ser bonito (para aqueles que apreciam livros também como objeto) e com ótimas notas sobre a história do Japão medieval; nos remete a imagens muito claras e profundas sobre o mundo e o contexto histórico em que o poeta viveu.
Recentemente, no restaurante Sansushi, no belíssimo bairro de Santa Tereza /RJ, enquanto conversávamos sobre literatura japonesa, citei Saigyo e, entre os amigos presentes, pude sentir a curiosidade de todos enquanto manuseavam o livro, tanto que o poeta Celso Pestana até sugeriu que eu fizesse uma resenha para a revista Nosso Haikai.
Embora eu não tenha nenhuma pretensão de me tornar um “resenhador” de livros, deixo a você, caro leitor da Nosso Haikai, uma provocação para que conheça o livro deste monumental poeta japonês cuja obra atravessou o tempo e chegou até nós com sabor de eternidade.
Sagyo nasceu em Kyoto 1118 e morreu em Osaka 1190. Seu nome é um pseudônimo (ou “nome poético” como é de costume entre poetas japoneses) de Sato Norikiyo. Ele pertenceu a uma casta de samurais do clã Fujiwara e seu pai fora um oficial da guarda dos portões do palácio imperial.
O poeta seguiu a vida militar e quando ia completar 23 anos, resolveu, por razões inexplicadas, trilhar o caminho da poesia. Viveu 72 anos e é festejado até hoje como um dos grandes nomes da poesia japonesa de todos os tempos.
Rasteando-se no vento,Recentemente, no restaurante Sansushi, no belíssimo bairro de Santa Tereza /RJ, enquanto conversávamos sobre literatura japonesa, citei Saigyo e, entre os amigos presentes, pude sentir a curiosidade de todos enquanto manuseavam o livro, tanto que o poeta Celso Pestana até sugeriu que eu fizesse uma resenha para a revista Nosso Haikai.
Embora eu não tenha nenhuma pretensão de me tornar um “resenhador” de livros, deixo a você, caro leitor da Nosso Haikai, uma provocação para que conheça o livro deste monumental poeta japonês cuja obra atravessou o tempo e chegou até nós com sabor de eternidade.
Sagyo nasceu em Kyoto 1118 e morreu em Osaka 1190. Seu nome é um pseudônimo (ou “nome poético” como é de costume entre poetas japoneses) de Sato Norikiyo. Ele pertenceu a uma casta de samurais do clã Fujiwara e seu pai fora um oficial da guarda dos portões do palácio imperial.
O poeta seguiu a vida militar e quando ia completar 23 anos, resolveu, por razões inexplicadas, trilhar o caminho da poesia. Viveu 72 anos e é festejado até hoje como um dos grandes nomes da poesia japonesa de todos os tempos.
A fumaça do Monte Fuji
Dissolve-se no céu.
Assim também meus pensamentos –
Seu lugar-de-repouso é desconhecido.
[Saigyo – Tradução: Nissin Kohen]
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mis saludos y felicitaciones desde Santiago de Chile, una gracia la poesía japonesa que se respira y mira como ese monte lleno de nieve.
ResponderExcluirun abrazo afectuoso,
Leo Lobos
Com tão poucas palavras,tanta plenitude...
ResponderExcluirUm abraço carinhosamente,
Walnélia Corrêa Pederneiras